Cartas de Amor aos Mortos é um livro que atrai à primeira vista, tanto pela sua capa que tem um visual bem trabalhado, lembrando as tão famosas estampas galaxy, quanto pela sua sinopse. Sua história é contada através de cartas que Laurel escreve a diversas figuras tão conhecidas cujas mortes foram, de certa forma, singulares. Kurt Cobain, Amy Winehouse, Amelia Earhart são alguns nomes entre tantos outros que marcaram a vida da garota de certa forma e é a eles que Laurel fará seus desabafos.
Laurel está começando o ensino médio numa nova escola, o que significa pessoas diferentes e grandes desafios, afinal, na adolescência nem tudo são flores. Recentemente, a menina perdeu sua irmã, May, que era sua maior inspiração, um alguém perfeito em sua concepção. Devido a essa terrível perda, ela prefere mudar de escola a enfrentar os olhares e as perguntas de todas pessoas que conheciam a irmã. A escrita das cartas começa com uma tarefa de inglês, que apesar de ela nunca entregar, continua escrevendo, contando sobre o como ela lida com as dificuldades, fazendo reflexões únicas relacionadas a vida e morte desses ícones.
"Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos."
Com pais divorciados, May passaria uma semana na casa do pai e uma na casa de sua mãe, porém nos últimos tempos ela não conta mais com a figura materna: a mãe partiu para a Califórnia e elas mal mantêm contato. Não tendo a mãe por perto, Laurel alterna as semanas entre a casa do pai, que passa também por um período difícil, e a casa da tia, que é muito religiosa e com quem ela tem dificuldades para se abrir. Mesmo assim, ela não está sozinha: logo ela faz amizades com Hannah e Natalie, com quem ela vai descobrindo diversas faces da adolescência, em meio a muitas loucuras, sem deixar de mencionar Sky, o garoto que aos poucos ela vai conhecendo e criando um carinho especial.
"Nirvana significa liberdade, Liberdade do sofrimento. Acho que algumas pessoas diriam que a morte é exatamente isso."
Laurel também passará por diversas descobertas sobre si mesma, já que, até então, ela usa apenas a irmã como modelo e tenta ser uma May. Assim, acredita Laurel, ela será feliz. O mundo da garota de 14 anos é árduo, ela se sente, muitas vezes, solitária e também se culpa pela morte da irmã, que é uma parte do enredo que vai se desenrolando no decorrer do livro, levando o leitor a descobrir aos poucos o que aconteceu naquela noite.
Entre os diversos temas que o livro explora, estão a descoberta da sexualidade, problemas familiares, depressão, consumo de drogas e álcool e também, em certos âmbitos, a violência. Todas as mensagens que são transmitidas são muito belas é é um livro que propicia uma reflexão muito ampla por parte do leitor, com certeza um para se reler.
Avaliação: ♥♥♥♥♥
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